Drauzio Varella descobriu o prazer da maratona aos 50 anos. Depois de ouvir de um amigo que esta era a idade em que começa a decadência do homem ele decidiu provar ao contrário. “Quem consegue correr 42km deve ser capaz de enfrentar o mundo com mais otimismo e sabedoria”, pensou ele quando começou a treinar para ser um maratonista.
No livro Correr, lançado em 2015, Drauzio conta as conquistas, as dificuldades e a disciplina adquirida depois que começou a correr. O livro traz diversos insights para quem já é atleta, para quem está começando a correr ou para quem tem muita vontade de correr, mas ainda não se decidiu.
Nós separamos alguns deles aqui pra vocês:
1. A importância da orientação profissional
Logo que começou a se preparar para a sua primeira maratona, nos anos 90, Drauzio se lesionou por esforço intenso desnecessário. Vários ortopedistas na época o tentaram fazer desistir da maratona, mas um deles o ajudou explicando que as dores que ele estava sentindo eram comuns em quem pisava em pronação. Ele voltou a correr, faltando duas semanas para a prova, desta vez corrigindo a pisada. Mas já havia perdido 15 dias de treinamento. “Lamentei a falta de orientação de um preparador experiente, com um programa de treinamento planejado”, afirma ele.
2. Evite lesões
Para os atletas, à medida que uma prova se aproxima e os treinos se intensificam, aumentam os riscos de lesões. Quando uma prova se aproxima você quer aumentar distância e velocidade, mas justamente nesta época que podem aparecer distensões musculares ou estiramento de tendões por uso exagerado. Nada é mais frustrante do que ser obrigado a desistir de uma prova depois de meses de treinamento. Drauzio dá uma dica que recebeu de um corredor profissional: “Doeu, diminua a velocidade, se a dor não passar pare imediatamente”.
3. A alimentação correta
A recomendação de não se alimentar logo antes da prova ou de percursos mais longos é correta. Drauzio explica que como a maioria das provas acontecem pela manhã, o ideal é que o desjejum seja feito duas horas antes da prova ou do treino, tempo médio que o corpo leva para o esvaziamento gástrico, e evitar alimentos gorduroso que retardam este esvaziamento. “O café da manhã deve ser rico em carboidratos, nutrientes essenciais para dar conta do trabalho muscular que virá”.
4. Bom para o coração
O médico explica no livro que os benefícios cardiovasculares que a intensidade e a freqüência dos treinos trazem, reduzem significativamente o risco de infarto, derrame cerebral, obstruções arteriais, diabetes, pressão alta e outras enfermidades que comprometem a qualidade e encurtam a duração da vida.
5. Desidratação e Hiponatremia
Drauzio deixa claro no livro os perigos da falta e do excesso de água no corpo de quem corre. Os atletas perdem água e eletrólitos enquanto correm. Ao beber água, repõem o líquido perdido, mas não corrigem as perdas de sódio e de outros íons. O corredor precisa estar atento à qualidade de líquido ingerida. Evitar grandes volumes em dias que não estão quentes, em que a sudorese não é intensa, ou quando perceber algum inchaço. A hidratação adequada é ideal para a segurança e perfomance do atleta.
6. Pensamento de Corredor
Em várias passagens do livro, Drauzio conta os pensamentos que vinham à sua cabeça enquanto corria. Ele diz: “Enquanto corro penso em tudo e em nada, porque depois não lembro o que pensei. O pensamento do corredor é caleidoscópico, é ave irrequieta, que mal pousa no galho e já voa outra vez.”. Correr coloca os pensamentos em ordem, ajuda a liberar entraves, sem falar na sensação de liberdade.
7. O corpo humano é um máquina construída para o movimento.
Esta frase foi formulada por Drauzio enquanto corria. Ele conta que chegou aos 72 anos de idade, com apenas dois quilos a mais do que pesava quando saiu da faculdade, sem doenças crônicas e sem uso contínuo de nenhum medicamento. Para Drauzio correr não é apenas um hobby: é aquilo que lhe dá equilíbrio, a força e a serenidade necessária para enfrentar os desafios da vida.