homem com as mãos no joelho esquerdo

Por Ana Pagno – Fisioterapeuta

O valgo dinâmico é um assunto muito comentado e avaliado nos últimos anos, mas enfim, ele é esse monstro de 7 cabeças mesmo?

Primeiramente, vamos entender como ele acontece: o valgo é causado pela adução (movimento da coxa para dentro) + rotação medial do quadril (rotação do quadril para dentro) = fazendo com o que joelho “rode” para a linha média, ou “entre”, como preferir.

Qual é o problema de isso acontecer Ana? Além de um desequilíbrio motor, a probabilidade de lesões como: lesão meniscal, ruptura do LCA (ligamento cruzado anterior do joelho) e lesões no LCM (ligamento colateral medial do joelho) se tornam muito maiores de acontecer.

E como eu identifico se estou realizando essa alteração de movimento? Através de uma avaliação criteriosa, realizando testes e expondo os membros inferiores em diferentes condições, como: correndo, saltando, agachando bilateral e unilateralmente.

Por que tantos testes devem ser realizados? Pois após esse assunto crescer, como já comentamos, nota-se que muitos pacientes chegam no consultório falando “eu tenho valgo dinâmico” e ao avaliar, encontramos outras alterações que não condizem com esse diagnóstico. 

Por exemplo, expor o paciente a um teste que reproduz uma atividade que ele nunca faz no seu dia a dia ou na sua prática esportiva, não necessariamente significa que ele possui a disfunção motora, talvez ele só não tenha aptidão nas primeiras repetições, por ser um movimento novo, mas que treinando algumas vezes seu cérebro já entenda o movimento e logo ele já reproduza o movimento de forma adequada, sem alteração.

Bom, após avaliarmos e identificarmos que a disfunção existe, o próximo passo é identificar a causa da mesma, que pode variar em diminuição da mobilidade do tornozelo, rigidez na articulação do quadril, fraqueza da musculatura do quadril, assimetria entre os grupos musculares do quadril, alinhamento dos membros inferiores, posição e consciência do corpo, entre outros.

Fechado o diagnóstico, é hora de bolar um plano de tratamento específico para o atleta, que busque equilibrar as alterações encontradas na avaliação e consequentemente corrigir o movimento que era realizado de forma errônea, diminuindo o potencial lesivo e as queixas do paciente.

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